com a palavra

'Eu vendia produtos na estação de trens de Dilermando de Aguiar', lembra Ildo Bastianello

Rafael Favero

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Rafael Favero (Diário)
Ildo Bastianello também trabalha no atendimento da lancheria Café e Doce

É difícil encontrar alguém que frequente o Calçadão Salvador Isaia e não conheça o senhor Ildo José Bastianello, 73 anos. Ele e a mulher, Neli Roat, são os proprietário da tradicional lancheria Café e Doce, há 16 anos. Ildo é nascido na localidade de São José da Porteirinha, que pertence, atualmente, a Dilermando de Aguiar. Ele também é acordeonista e, há 10 anos, toca no grupo Sentinelas do Sul, além de ter sido um dos fundadores do conjunto Os Piás. Formado em Economia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o empresário é pai do advogado Cristian Roat Bastianello e da professora doutora em psicologia Micheline Roat Bastianello.

Diário - Na infância, o senhor já dava sinais de que trabalharia no comércio no futuro?

Ildo José Bastianello - Sou filho de colonos. Quando eu tinha cerca de 5 anos, nos mudados para Dilermando de Aguiar. Eu, meu irmão e minhas duas irmãs precisávamos fazer o curso primário. Eu ajudava meu pai, que plantava arroz. Meu primeiro trabalho na área comercial foi quando eu vendia produtos como pastéis e rapaduras na estação de trens de Dilermando de Aguiar. Havia uma estação movimentada lá. Então, já ganhava meus "trocos" desta forma.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: arquivo pessoal
Ao lado da filha Micheline, da mulher, Neli, e do filho Cristian

Diário - Como a música surgiu em sua vida?

Ildo - Quando eu tinha 6 ou 7 anos, meu pai me presenteou com uma gaita de oito baixos, que eu queria muito. Eu gostava de música gaúcha. Adorava o programa Rodeio Coringa, veiculado pela Rádio Farroupilha, aos domingos. Aprendi a tocar "de ouvido". Depois, meu pai me deu uma gaita "apianada". Me inspirei muito nos Irmãos Bertussi. Eu tocava em pequenos bailes, bem caseiros. Depois, quando me mudei para Santa Maria, em 1959, montei o conjunto Os Piás, com um amigo.

Diário - A partir daí, o senhor passou a tocar em bailes maiores?

Ildo - Sim, tocávamos muito em CTGs. Chegamos a firmar contratos para oito fins de semana seguidos, por exemplo. Os bailes eram diferentes dos de hoje. O povo ia para se divertir, brincar e dançar. Não havia brigas. O baile começava às 20h e ia até o clarear do dia seguinte. Ganhei dinheiro com a música em uma época. Há 10 anos, temos o grupo Sentinelas do Sul. Já gravamos dois CDs, só com músicas autorais, e estamos trabalhando em um terceiro disco. Atualmente, a música é um lazer na minha vida.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: arquivo pessoal
Registro com os companheiros de grupo Sentinelas do Sul

Diário - Como surgiu a oportunidade de montar a lancheria Café e Doce?

Ildo - Durante 30 anos, tive, com o meu irmão, a empresa Irbamaco, que significa Irmãos Bastianello Materiais de Construção, na Borges de Medeiros. Nos aposentamos trabalhando ali. Fiquei um tempo um pouco parado, mas, logo, surgiu a oportunidade de alugar este espaço na entrada do Calçadão. Minha esposa precisava trabalhar mais um tempo para se aposentar. Então, encarei o desafio junto a ela e gosto muito do negócio.

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: arquivo pessoal
Na época em que atuava como gaiteiro do conjunto Os Piás, em 1969

Diário - Quais foram as dificuldades no início no empreendimento?

Ildo - As pessoas que querem empreender sempre encontram dificuldades. A falta de dinheiro e apoio são as principais. Atualmente, não tenho do que reclamar, o ponto é muito bom. É alugado, mas tem sempre teve uma clientela garantida. Adoro estar em contato com as pessoas, e o ponto é ótimo. Pega todo o público que vem da Avenida Rio Branco, da Acampamento, da Praça Saldanha Marinho e do Calçadão.

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